Remoção de brida patológica associada a recessão gengival
Orientador: Prof.
Dr. João Nilton Lopes de Sousa
Alunos
responsáveis pelo caso:
Juann Fernandes de Vasconcelos
Clinicamente, os freios papilares e interpapilares
são considerados patológicos e têm sido associados à perda de papila
interdental, recessão gengival, diastemas, dificuldade de higiene,
desalinhamento dos dentes e distúrbios psicológicos (DÍAZ-PIZÁN; LAGRAVÈRE;
VILLENA, 2006).
Ainda de acordo com Díaz-Pizán; Lagravère; Villena
(2006) freios patológicos são visualmente detectados através da aplicação de
tensão sobre eles e da observação da movimentação da papila ou presença de
isquemia. Miller (1985) também recomenda que o freio deva ser caracterizado
como patológico quando apresentar espessura não-usual, quando não há mucosa
ceratinizada na sua inserção ou quando há movimentação da papila interdental em
caso de pressão.
Segundo Elliott;Studen-Pavlovich; Ranalli (1995) Nesses
casos deve-se realizar remoção da brida por razões estéticas, psicológicas ou
funcionais.
RELATO DE CASO
Paciente
G.L.A, sexo masculino, 20 anos, compareceu ao Projeto de Extensão em
Periodontia Clínica e Cirúrgica da Universidade Federal de Campina Grande
relatando que a raiz do seu dente estava aparecendo. Ao exame clínico foi constatadaa
presença de brida com inserção alta na região vestíbulo-mesial do elemento 44,
que estava ocasionado recessão gengival no referido elemento. A área
apresentava-se inflamada. Foi prescrito bochecho de digluconato de clorexidina
0,12% por 07 dias, exames laboratoriais para se obter o estado sistêmico do
paciente e orientação de higiene oral. Na semana seguinte o paciente retornou
apresentando melhora no quadro inflamatório local e sem alterações sistêmicas,
estando assim apto para a realização da remoção dabrida.
Inicialmente
foi feito o preparo do campo operatório, antissepsia com uso de digluconato de
clorexidina 2%extra oral e 0,12% intra oral. Foi realizada anestesia local
infiltrativa (figura 1) e fundo de sulco (figura 2).
Figura 1
– Anestesia local infiltrativa
Figura 2
– Anestesia em fundo de sulco
Posteriormente foi feito o pinçamento
da inserção muscular (figura 3) e incisão parcial, removendo a brida primeiramente
na região de mucosa oral (figura 4, 5 e 6).
Figura 3 – Pinçamento da brida
Figura 4
Figura 5
Figura 6
Figura 4,
5 e 6 mostrando a remoção da inserção muscular na região de mucosa oral.
Em seguida foi realizada a sutura (figura 7) e remoção
final da brida na região vestibular com bastante cuidado, visto que a área
apresentava recessão e seria necessária a permanência de tecido suficiente para
sutura da região (figura 8) a fim de não causar maiores danos. Além da
necessidade de posterior procedimento cirúrgico para recobrimento radicular.
Figura 7 – Sutura da área removida inicialmente
Figura 8 – Sutura final após remoção de toda inserção muscular
Foram
repassadas as instruções pós-operatórias e orientações de higiene oral ao
paciente. Foi ainda prescrito bochechos de digluconato de clorexidina 0,12%
duas vezes ao dia durante 7 dias e paracetamol 750mg em caso de dor. O paciente
retornou após uma semana para remoção da sutura (figura 9).
Figura 9 – Área cirúrgica logo após a remoção da sutura com 7 dias.
Por fim o paciente retornou após 15 dias para
reavaliação final, com excelente cicatrização e nova inserção muscular (figura
10).
igura 10 – Resultado final no pós-operatório de 15
dias.
O
procedimento mostrou-se eficaz quanto sua finalidade funcional visto.
Evidentemente a remoção de inserção muscular é um procedimento bem conhecido na
periodontia, sendo de execução simples, porém cuidadosa, devendo ser realizado
em casos em que um freio patológico ou anormal é encontrado.
REFERÊNCIAS
Díaz-Pizán, M.E; Lagravère, M.O; Villena, R.
Midline diastema and frenum morphology in the primary dentition.J Dent Child
2006; p.11-14.
Elliott, M. A;Studen-Pavlovich, D.A; Ranalli,
D.N. Prevalence of selected pediatric conditions in children with Pierre Robin
sequence.Pediatr Dent 1995;17:106-11.
Miller, P.D. Jr. The frenectomy combined with a
laterally positioned pedicle graft; functional and aesthetic consideration. J
Periodontol 1985; p.102-106.
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