REMOÇÃO DE EXOSTOSE MAXILAR: RELATO DE CASO

Orientador:
Prof. Dr. João Nilton Lopes de Sousa
Alunos responsáveis pelo caso:
Danilo de Almeida Tenório
Ana Amélia Barros Jacinto
Diego Silveira de Oliveira

Exostoses são crescimentos ósseos benignos que surgem na cortical óssea e afetam maxila e mandíbula. As exostoses vestibulares são assintomáticas, a menos que devido a algum trauma a mucosa que recobre a exostose esteja ulcerada. (NEVILLE et al, 2009)
Nenhum consenso referente a etiologia da exostose foi definido. Porém, algumas teorias são bem aceitas como: distúrbios nutricionais, hiperfunção mastigatória, hereditariedade e fatores ambientais. (JAINKITTIVONG; LANGLAIS, 2000)
As exostoses quando localizadas no palato ou na face lingual da mandíbula recebem são denominadas de tórus. Radiograficamente aparecem como uma massa radiopaca bem delimitada, podendo esconder detalhes dos dentes ou de estruturas próximas. (SEAH, 1995)
Relato do caso clínico
E.G.M., paciente do gênero feminino, 36 anos, sem alteração sistêmica,compareceu ao Projeto de Extensão em Periodontia Clinica e Cirúrgica da UFCG com encaminhamento de remoção de exostose para posterior reabilitação protética e hemograma recente.O exame sanguíneo estava dentro dos padrões de normalidade.
O exame intraoral revelou nódulos bilaterais, sésseis, coloração semelhante à mucosa, com superfície lobulada e consistência firme, em região vestibular de pré-molares (lado esquerdo) e região vestibular de primeiro molar (lado direito)na maxila (figura 01). Foi realizada radiografia periapical, que revelou uma área radiopaca semelhante a osso, recebendo diagnóstico clínico de exostose. Sendo assim, a remoção cirúrgica foi indicada. Optou-se iniciar pelo lado esquerdo e com 21 dias após a cirurgia, realizar o lado direito.

Figura 01– Aspecto clínico inicial onde podemos observar exostoses bilaterais.

Após os exames iniciais, cuidados pré-operatórios foram tomados: antissepsia extra-oral com digluconato de clorexidina a 2% da marca FGM e bochecho com solução de digluconato de clorexidina 0,12% da marca Rioquímica, para antissepsia intra-oral. Após o preparo do campo operatório, foi feita anestesia local infiltrativa por vestibular, na altura dos ápices dos elementos 23, 24 e 25, com anestésico articaína.
Com lâmica de bisturi de numeração 15c, foi realizada a incisão da mucosa para obtenção do retalho em envelope da distal do elemento 22 até a mesial do elemento 26. O descolamento total do retalho foi feito com o descolador e cureta de Molt (figura 02).


Figura 02 – Descolamento da muscosa com o descolador de Molt.

Após o descolamento do retalho e exposição total da exostose óssea (figura 03), foi feito o desgaste e regularização do osso com broca maxicutsob irrigação de soro fisiológico a 0,9% (figura 04).

Figura 03–Exposição total da exostose.


Figura 04–Desgaste e regularização óssea com broca maxicut sob irrigação de soro fisiológico a 0,9%.

Após o desgaste e regularização de toda a região da exostose óssea (figura 05), finalizou-se o ato operatório com lavagem copiosa da área com soro fisiológico a 0,9% e pontos simples com fio de nylon 5,0 (figura 06). Foi prescrito ibuprofeno 600mg a cada seis horas durante 04 dias, e a paciente foi orientada com relação à alimentação e higiene oral pós-operatória.
  
Figura 05– Aspecto final após desgaste e regularização óssea.

 Figura 06–Pontos simples na região onde foi feita a incisão.

         Com 07 dias a paciente retornou à clínica para remoção dos pontos, relatou ter sentido um pequeno desconforto ao segundo dia, mas que passou após ingestão do medicamento.  Ela mostrou-se muito satisfeita com o procedimento realizado. Após remoção dos pontos observamos uma excelente cicatrização da área da cirurgia (figura 07).


Figura 07–Retorno da paciente com 07 dias da cirurgia.

Concluindo que a remoção cirúrgica era essencial para uma posterior reabilitação protética e que a técnica cirúrgica escolhida obteve sucesso tanto durante o ato cirúrgico como em relação ao sucesso clínico pós-operatório.

REFERÊNCIAS

NEVILLE, B.W. et al. Patologia Oral &Maxilofacial. 3ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2009.

JAINKITTIVONG, A.; LANGLAIS, R.P. Buccal and palatal exostoses: prevalence and concurrence with tori. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral RadiolEndod 2000; 90(1):48-53.

SEAH, Y.H. Torus palatinus and torus mandibularis: a review of the literature. Aust Dent J 1995; 40(5): 318-21.

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