RELATO DE CASO: FRENECTOMIA LABIAL SUPERIOR COMO TRATAMENTO INICIAL PARA O FECHAMENTO DE DIASTEMA INTERINCISAL
Orientador:
Prof.
Dr. João Nilton Lopes de Sousa
Alunos responsáveis pelo caso:
Alunos responsáveis pelo caso:
Nayara
Kelly Almeida Gomes
Gilberto
Nonato de Abrantes Filho
INTRODUÇÃO:
O freio labial mostra-se como uma
dobra queestende-se da mucosa alveolar até a mucosa de revestimento. Ele é
responsável pelo controle dos movimentos vestibulares do lábio superior e
rotineiramente exibe alterações morfológicas(TOLEDO, 2012).
Fisiologicamente o freio labial apresenta-se em
todos os pacientes, no entanto algumas implicações podem ocorrer devido a sua
inserção inadequada, ou seja, a sua extensão entre os incisivos centrais
superiores que aumenta o espaço interdentário e atrapalha a formação de um
sorriso harmônico, interferindo também na harmonia do conjunto dentofacial e
colaborando de forma negativa no bem-estar social do paciente,
considerando-se que os padrões estéticos
atuais requerem um sorriso esteticamente alinhado, sem espaços ou apinhamentos
para que os indivíduos sejam bem aceitos
no meio social (ALMEIDA et al., 2004).
Quando ocorre a presença de freios
labiais anormais o tratamento de escolha é a frenectomia labial, o qual
possibilita tanto a movimentação ortodôntica para o fechamento de diastemas,
como uma movimentação apropriada da língua essencial para a execução das
atividades funcionais (HASS, 2010).
RELATO DE CASO:
Paciente M.J.M.S, 20 anos, gênero feminino, compareceu a
clínica de extensão em Periodontia da Universidade Federal de Campina Grande
com queixa estética relacionada ao diastema interincisivos centrais superiores
(11 e 21), além de um encaminhamento do ortodontista indicando a técnica da
frenectomia labial como procedimento anterior ao tratamento ortodôntico.
A paciente não apresentava nenhuma condição intra ou
extra-oral digna de nota após a anamnese completa, estando com boa saúde
periodontal e livre de outras condições associadas a
algum elemento dental. A sondagem periodontal dos elementos dentários revelou
saúde periodontal sem a presença de bolsas ou sangramento gengival, dessa
forma, após avaliação clínica criteriosa da região correspondente ao freio
labial, foi confirmado o procedimento cirúrgico a ser adotado para a paciente:frenectomia
labial.
Na avaliação
inicial (Figura 1) percebeu-se um freio labial extremamente exuberante, que
estendia sua inserção até a região de papila incisiva.
Figura 1 – Avaliação Pré-Operatória
O procedimento iniciou-se com
antissepsia intra-oral (digluconato de clorexidina 0,12%) e extra-oral
(digluconato de clorexidina 2%), com posterior anestesia infiltrativa com
mepivacaína a 2% em regiões distante da linha média para não haver inchaço
provocado pelo anestésico e não perder as dimensões normais do freio labial, o
que ocasionaria remoção de tecido em excesso (Figura 2). A anestesia ocorreu
tanto por vestibular, quanto por palatina, na papila incisiva.
Figura 2- Anestesia
Feito isso, foi realizada o
pinçamento de toda a área a ser excisada com pinça curva. Foi realizada uma
incisão com bisturi número 15c adaptado a um cabo paralelo ao mordente da
pinça, realizando a incisão completa, até o final da ponta ativa da pinça.Após
incisão inicial foi realizada a sutura do lábio, na região excisada com fio de
nylon 5.0 (Figura 3) auxiliando na hemostasia da área e facilitando as etapas
seguintes da realização do procedimento cirúrgico.
Figura 3 –Início da remoção do tecido
pinçado e sutura
O
procedimento teve continuação com a frenestração, que é o momento em que se
desinserem todas as fibras restantes no intuito de evitar recidivas. O
procedimento consiste na remoção das fibras, desinserindo-asaté tocar no osso
(Figura 4).
Figura 4 –Frenestração.
Ainda com a pinça em posição, foi realizada a remoção de todo o
tecidofibroso do freio labial que ficava sobre a mucosa ceratinizada da
paciente (Figura 5), culminando com a sutura completa da região de tecido
removida.
Figura 5 – Remoção do tecido fibroso do freio.
O tecido interdental e parte da papila incisiva
(região final de inserção do freio labial) foram removidos com cabo de bisturi
para demarcação da região e posterior pinçamento com pinça curva, auxiliando na
exérese, inclinando-o até remoção completa de todo o tecido presente (Figura
6)e sutura de toda a região incisada (Figura 7).
Figura 6 – Remoção da região final de inserção do freio.
Figura 7 – Sutura da região onde ficava a inserção final do
freio.
O procedimento
finalizou-se com a aplicação de laser de baixa potência em vários pontos ao
redor de toda a região onde antes correspondia ao freio labial, além das áreas
receptoras e doadoras do enxerto gengival livre (Figuras 8), na tentativa de
minimizar o desconforto no pós-operatório e acelerar o processo de
cicatrização. O protocolo de laser utilizado foi: comprimento de onda = 808nm;
potência = 100mw; tempo = 32s; dose = 105 j/cm²).
Figura 8 – Aplicação do laser de baixa potência
Para o pós-operatório,
recomendou-se a paciente que realizasse bochechos com digluconato de
clorexidina a 0,12% duas vezes ao dia durante 15 dias, além da prescrição de
paracetamol 750mg 6/6h, durante 3 dias, somente em caso de dor, além dos
cuidados básicos de higienização.
A paciente retornou após um período de sete
dias para avaliação pós-operatória e remoção de sutura, não foram relatadas
intercorrências pós-operatórias tais como incômodos ou dores consideráveis
durante o período de uma semana e então conclui-se que o procedimento foi
realizado com sucesso (Figura 9).
Figura 9 – Remoção de sutura e avaliação pós-operatória após sete
dias.
A paciente retornou para uma segunda avaliação
após 21 dias (figura 10). Observou-se uma boa cicatrização da ferida cirúrgica.
Diante disto a mesma foi orientada a retornar ao ortodontista para a
continuidade do tratamento.
Figura 10 - Reavaliação após 21 dias.
REFERÊNCIAS
1. ALMEIDA, R. R.; GARIB, D. G.;ALMEIDA-PEDRIN, R.
R.;ALMEIDA, M. R.;PINZAN, A.;JUNQUEIRA, M. H. Z.;Diastemainterincisivos
centrais superiores: quando e como intervir?R Dental Press OrtodonOrtop
Facial, Maringá, v. 9, n. 3, p. 137-156, maio/jun. 2004).
2. Hass
E. A relação entre frenectomia e Diastemas. Caderno de Odontologia,
Universidade do Paraná, 2010.
3.
Toledo
OA. Odontopediatria: fundamentos para a prática clínica. 4. ed. Rio de Janeiro:
MedBook; 2012.
Obrigada pelas informações sobre frenectomia labial e lingual. Obrigada!
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