Cirurgia de bridectomia associada à recessão gengival: Relato de caso
Orientador:
Prof. Dr. João Nilton Lopes de Sousa
Alunos responsáveis pelo caso:
Emiliano Crisóstomo Delfino de Brito
Rafaela Simão de Abrantes
Winilya de Abreu Alves
Winilya de Abreu Alves
As bridas gengivais são dobras da
membrana mucosa constituídas por fibras musculares e que estão localizadas por
vestibular na cavidade oral. A inserção anormal das bridas pode levar a
perturbações anátomo-funcionais, como o afastamento da margem gengival do dente,
caracterizando as recessões gengivais. Ainda, problemas como diminuição da
qualidade e quantidade de gengiva ceratinizada inserida, diminuição do fundo do
vestíbulo e dificuldade de higienização local, favorecendo acúmulo de placa e
predispondo a área à doença periodontal, entre outros agravos. Devido tais
fatores, torna-se imprescindível o tratamento cirúrgico para a sua remoção, a
fim de alcançar adequada inserção da brida (KINA et al., 2005; LOPES et al., 2014).
O presente caso trata-se de uma paciente do gênero
feminino, 43 anos de idade, que compareceu ao Projeto de Extensão Periodontia
Clínica e Cirúrgica da UFCG, indicada pela clínica de prótese para remover
cirurgicamente a inserção muscular associada ao elemento 33 com objetivo de
fornecer a confecção de grampos de retenção da prótese parcial removível, que
foi planejada para o caso. A paciente foi diagnosticada, através do exame
clínico, com a presença de uma brida na região do canino inferior esquerdo
inserida próximo à margem gengival do mesmo elemento, causando tensão sobre a
gengiva e gerando recessão (Figura 1).
Figura 1 - Aspecto
clínico inicial.
Na anamnese e
diante à apresentação de exames solicitados, a paciente não apresentou nenhuma
alteração sistêmica. O plano de tratamento preconizado foi a excisão cirúrgica
da brida, por meio de uma técnica de bridectomia simples. Previamente à
cirurgia, foi realizada antissepsia intra e extra oral, com digluconato de
clorexidina a 0,12% e 2%, respectivamente. Sob anestesia terminal
infiltrativa na região envolvida, procedeu-se com o pinçamento no centro da
brida com um pinça hemostática curva, seguida de uma incisão primária paralela à
face superior do instrumento (Figura 2).
Figura 2- Incisão
primária superiormente à pinça hemostática.
Após isso, foi
possível a visualização das fibras musculares inseridas, que foram rompidas com
auxílio de uma tesoura pequena (Figura 3).
Figura 3 –
Rompimento das fibras expostas com auxílio de uma tesoura.
Foi realizada uma
fenestração óssea na região, a
fim de evitar reinserção inadequada das fibras musculares, por meio de incisões
com uma lâmina de bisturi posicionada de forma horizontal (Figura 4).
Figura
4 – Fenestração óssea com lâmina de bisturi na direção horizontal.
Procedeu-se com
sutura da área para promover hemostasia local. Uma segunda incisão foi
realizada inferiormente à pinça, removendo a brida (Figura 5), seguindo-se com
sutura simples no local (Figura 6).
Figura 5 – Incisão
secundária, inferiormente à pinça hemostática.
Figura 6 – Sutura
final.
A prescrição feita à paciente consistiu em um
anti-inflamatório (Ibuprofeno, 600mg), a cada 6 horas, por um período de três dias. A paciente
procedeu à cirurgia sem intercorrências, não relatando nenhum incômodo
relevante. No pós-operatório de uma semana (Figura 7), observou-se ao exame
clínico uma nova inserção adequada da brida, com processo de cicatrização da
região considerado ótimo.
Figura 7 – Aspecto
final, pós-operatório de sete dias.
A técnica
realizada mostrou-se simples e efetiva, ao passo que foram obtidas as
características anatômicas de normalidade, devolvendo condições de saúde à área
comprometida. A partir da abordagem clínica multidisciplinar do caso, a
paciente poderá proceder com a reabilitação protética da forma indicada,
respeitando-se os tecidos relacionados ao elemento em questão.
Referências bibliográficas:
KINA, J.R., LUVIZUTO,
E.R., MACEDO, A.P.A., KINA, M. Frenectomia com enxerto gingival livre: Caso
clinico. Rev Odontol Araçatuba, v.26, p.61-64, 2005.
LOPES, J. M. A.;
DE ALMEIDA, R. S.; TORRES, S. A. S.; ARANEGA, A. M.; PONZONI, D.; SHINOHARA, E.
H. Opções de tratamento: frenectomias e frenotomias. Arch Health
Invest. Proceedings of the
6º Círculo de Palestras à Comunidade. v.3, n.4,p.32-33, 2014.
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