Recobrimento de lesões cervicais não cariosas com CIV
Orientador:
Prof.
Dr. João Nilton Lopes de Sousa
Alunos responsáveis pelo caso:
Basílio
Rodrigues Vieira
Esther
Carneiro Ribeiro
Moan
Jéfter Fernandes Costa
Lesões cervicais não-cariosas são conceituadas como perda
patológica de tecido dentário causada por diversos fatores etiológicos.
Inclui-se neste grupo de lesões a abfração, apresentando-se clinicamente como
um desgaste em forma de cunha na região cervical. Esta lesão é causada,
possivelmente, por forças oclusais em excesso ocasionando flexão dental na
região cervical, e consequente perda de tecidos duros na região.(GUIDA et al.,
2010).
Evidências
clínicas sugerem a restauração das lesões cervicais não-cariosas como forma de
prevenir sua ampliação, além de gerar bem-estar ao paciente reduzindo a
sensibilidade e a deficiência estética. Os materiais mais utilizados para o
recobrimento destas lesões são a resina composta e o cimento de ionômero de
vidro (CIV) modificado por resina. Considera-se o CIV adequado nos casos de
lesões cervicais por apresentar maior biocompatibilidade com as estruturas
orais, adesão química e mecânica ao dente, além da característica preventiva
de liberação de flúor (BARBOSA et al., 2009).
Neste
caso clínico, o paciente Z.M.A., gênero masculino, apresentava lesões
cervicais não cariosas características de abfração em todos os sextantes.
Figura
1- Aspecto inicial do paciente, evidenciando várias lesões em “forma de cunha”,
compatíveis com abfração.
Planejou-se o recobrimento das lesões com
Cimento de Ionômero de Vidro modificado por resina (Vitro Fill LC®).
Por ser fotopolimerizável, este material apresenta uma maior facilidade de
aplicação, e menor possibilidade de enfraquecimento da restauração devido à embebição
e sinérese.
Além
disso, é disponibilizado em colorações semelhantes aos dentes naturais,
satisfazendo a necessidade estética.Assim, realizou-se num primeiro momento o
recobrimento das lesões do sextante 2, por apresentar maior comprometimento estético,
seguindo-se o protocolo para restaurações com CIV, sob isolamento relativo
(Figuras 2 a 9).
Figura 2- Profilaxia com pedra-pomes dos elementos a serem
restaurados.
Figura 3- Condicionamento com ácido poliacrílico a 11,5%, por 10 segundos, para remoção da lama dentinára, lavagem e secagem.
Figura 4- Aplicação do PRIMER.
Figura 5- Fotopolimerização do PRIMER por 20 segundos.
Figura
6- Aplicação e formatação inicial do CIV.
Figura 7- Fotopolimerização do CIV por 20 segundos.
Figura 8- Acabamento com brocas diamantadas troncocônicas e
polimento com auxilio de taça de borracha e pedra-pomes.
Figura 9- Aspecto final.
O procedimento
ocorreu sem intercorrências e o paciente foi orientado a manter uma adequada
higienização oral, com a prescrição de escovas macias e dentifrícios menos
abrasivos, para possibilitar a saúde dos tecidos periodontais. O paciente não
relatou a presença de hábitos parafuncionais, mas orientou-se a investigação de
hábitos como o bruxismo, que poderia estar relacionado às lesões cervicais
generalizadas.
Assim,
considera-se a restauração de lesões cervicais não cariosas com CIV um
procedimento efetivo, de fácil realização, e que gera resultados funcionais e
estéticos favoráveis.
Referências Bibliográficas
BARBOSA, L. P. B.; JUNIOR, R. R. P.; MENDES, R. F. Lesões
cervicais não-cariosas: etiologia e opções de tratamento restaurador. Revista
Dentística on line–ano, v. 8, n. 18, 2009.
GUIDA, B.; NASCIBEN, M.; CARVALHO, E.; RIBEIRO, É. D. P. Recobrimento
radicular de recessões gengivais associados a Lesões Cervicais não
Cariosas–Revisão da Literatura. R. Periodontia, v. 20, n. 2, p. 14-21, 2010.
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