Frenectomia labial superior associada à Laserterapia
Orientador:
Prof. Dr. João Nilton Lopes de Sousa
Alunos responsáveis pelo caso:
Prof. Dr. João Nilton Lopes de Sousa
Alunos responsáveis pelo caso:
Karolline Batista
Leal
Talita Nogueira Forte
Melo
Rayssa Batista de
Andrade
A disposição dental é um
importante fator de estética na sociedade moderna. Freios fisiológicos estão presentes na
cavidade bucal, para que limitem a mobilidade labial. Podem ser superiores, inferiores
e linguais e são definidos como sendo uma faixa de
tecido que conecta estruturas anatômicas. Quando o freio labial superior se encontra
hipertrofiado ou em má posição, pode ser considerado um desvio da normalidade,
necessitando de procedimentos cirúrgicos para sua correção (COSTA;
FARIAS; CARDOSO, 2009).
O freio labial hipertrófico pode dificultar a higienização, restringir os movimentos de lábio, possibilitar acúmulo de placa bacteriana e prejudicar a fonética. Pode também gerar insatisfação estética para o paciente, além de causar diastema interincisal (Figura 1). A frenectomia labial é a correção cirúrgica da hipertrofia e constitui na remoção completa do freio, estendendo-se até o palato e retirando toda sua inserção, preservando a papila interdental entre incisivos centrais superiores.
O freio labial hipertrófico pode dificultar a higienização, restringir os movimentos de lábio, possibilitar acúmulo de placa bacteriana e prejudicar a fonética. Pode também gerar insatisfação estética para o paciente, além de causar diastema interincisal (Figura 1). A frenectomia labial é a correção cirúrgica da hipertrofia e constitui na remoção completa do freio, estendendo-se até o palato e retirando toda sua inserção, preservando a papila interdental entre incisivos centrais superiores.
Relato do caso clínico
C.J.C.O., um paciente do gênero masculino, sem
alterações sistêmicas, 21 anos, compareceu ao
Projeto de Extensão em Periodontia Clínica e Cirúrgica da UFCG com freio labial
superior hipertrófico associado a diastema interincisal. Ao exame clínico,
quando este freio era distendido, observava-se uma isquemia na região dos
incisivos e era nítida a sua protuberância.
Figura 01 - Aspecto inicial.
Após os exames iniciais, indicou-se a remoção
cirúrgica, frenectomia labial, com o objetivo de auxiliar o tratamento
ortodôntico no fechamento do diastema interincisal.
Cuidados pré-operatórios: antissepsia
extra-oral com digluconato de clorexidina a 2% (FGM, Joinville - SC, Brasil) e bochecho com solução de digluconato de clorexidina 0,12% (Rioquímica, São José do Rio Preto - SP, Brasil) para antissepsia intraoral. Após o preparo do campo operatório, foi feita anestesia local
infiltrativa por vestibular, na altura dos ápices dos elementos 11 e 21 e uma
nova anestesia na papila incisiva, já que a incisão se estendeu até a região
palatina.
A técnica utilizada foi com uma pinça de
Hasltead curva
posicionada na porção alveolar do freio (Figura 02).
Figura 02 - Posicionamento da Pinça de Hasltead.
Em seguida, o lábio foi moderadamente tracionado para
superior e anterior, permitindo boa visão da área operadora. Posicionou a pinça
de Hasltead curva (Figura 02). Com bisturi 15c (Lamedid Solidor, Jardim Belval – Barueri
– SP, Brasil) realizou-se uma incisão paralela à face superior da
pinça, estendendo-se até o seu ápice. Para facilitar a hemostasia e melhorar a
visibilidade das inserções musculares abaixo do epitélio oral, uma sutura
primária, com fio seda 3.0 (Technew, Rio de Janeiro – RJ, Brasil), na mucosa
labial foi realizada. Na porção final da pinça hemostática, os tecidos
superficiais e profundos foram divulsionados expondo as inserções musculares,
que foram rompidas com auxílio de uma tesoura de ponta reta (Figura 03) e
lâmina de bisturi. A desinserção das
fibras musculares foi finalizada com fenestração do periósteo, utilizando a
lâmina de bisturi posicionada na altura dos ápices dos incisivos centrais
superiores, com a finalidade de dificultar recidiva e promover a reinserção
muscular mais apical à posição original.
Figura 03 - Sutura e Rompimento das Fibras.
Continuou-se a incisão,
elevando levemente a pinça, no sentido de apical para cervical, com trajeto
linear, bilateral, seguindo a linha média e a anatomia do freio labial entre as
papilas gengivais dos incisivos centrais até a papila incisiva. Finalizando em
formato de cunha e removendo toda a extensão por palatina (Figura 04).
Figura 04 - Freio sendo removido.
Após remoção total do tecido, foi feita sutura da região de gengiva
inserida e das papilas com o fio de sutura de nylon 5.0 (Polysuture, Minas
Gerais, Brasil) (Figura 05).
Figura 05 - Sutura concluída.
Para o controle da dor pós-operatória, aplicou-se laserterapia de baixa
intensidade. A luz laser infravermelha, comprimento de onda 808 nm, potência:
100mV, tempo: 30s e dose: 105 J/cm². Foi aplicada em 10 pontos, sendo 7 na face
vestibular e 3 na palatina (Figura 06).
Figura 06 - Laserterapia.
Após a laserterapia, a ferida cirúrgica foi protegida com cimento
cirúrgico sem eugenol (Technew, Rio de Janeiro – RJ, Brasil). O paciente foi
orientado quanto a higiene bucal no pós-operatório e a fazer bochechos de
digluconato de clorexidina a 0,12% durante 14 dias. Foi prescrito Paracetamol
750mg, com a condição de só ser tomado em caso dor.
Após 10 dias, observou-se um tecido em processo excelente de
cicatrização (Figura 07), sem relato de dor pós-operatória, consequentemente,
não houve necessidade de tomar o medicamento prescrito e paciente se mostrando
muito satisfeito com o resultado.
Figura 07 - Pós-Operatório de 10 dias.
O caso
encontra-se em proservação, em tratamento com o ortodontista. A atuação
interdisciplinar será imprescindível para finalização do caso. Conclui-se, com
isso, que a atuação multidisciplinar na Odontologia atual é uma ferramenta essencial para uma satisfatória
reabilitação bucal.
A
técnica com único pinçamento garantiu um trans-operatório tranquilo, com
hemostasia durante todo o procedimento e melhorou a visibilidade das inserções
musculares, dificultando recidiva.
A Laserterapia de baixa intensidade promoveu alívio das
dores no pós-operatório, promovendo a analgesia imediata e temporária, e acelerando
a cicatrização e o reparo tecidual.
Referência bibliográfica:
COSTA, Hervânia Santana da; FARIAS, Illa
Oliveira Bitencourt; CARDOSO, Carolina Gonçalves. The superior labium
frenectomy as therapy in the midline diastema closing. Rev. Assoc. Paul. Cir. Dent, São Paulo, v. 63, n. 4, p.303-313, 2009.
Obrigada pelas informações sobre frenectomia labial e lingual. Obrigada!
ResponderExcluir