RELATO DE CASO: GENGIVECTOMIA EM BISEL EXTERNO E GENGIVOPLASTIA- HIPERPLASIA GENGIVAL
Orientador:
Prof. Dr. João Nilton Lopes de Sousa
Alunos responsáveis pelo caso:
Prof. Dr. João Nilton Lopes de Sousa
Alunos responsáveis pelo caso:
Ana
Amélia Barros Jacinto
Danilo de Almeida Tenório
Diego
Silveira de Oliveira
A estética periodontal tem sido muito valorizada
atualmente para a harmonia do sorriso. Quando há assimetria entre a proporção
do tamanho do elemento dental em relação à gengiva, pode haver insatisfação por
parte do paciente. (ROSETTI; SAMPAIO;ZUZA, 2006).
O uso do
aparelho ortodôntico quando associado à falta de higienização adequada, de
acordo com vários estudos, podem ocasionar o que se chama de hiperplasia
gengival.As causas deste aumento gengival, podem ser segundo CARRANZA(2004)
decorrente de diversas etiologias: inflamatórias, medicamentosas, idiopáticas e
associadas às doenças sistêmicas. As cirurgias reparadoras utilizadas para
essas hiperplasias são a gengivectomia, que consiste na remoção de gengiva
inserida, marginal e papilar, na ausência de doença periodontal, e a
gengivoplastia que consiste em uma cirurgia que corrige ou elimina deformidades
gengivais visando criar um contorno gengival harmônico e estético, remodelando
sulcos e as papilas interdentais.
Em todas as formas de
hiperplasia, uma higiene bucal criteriosa é necessária para minimizar os
efeitos da inflamação na proliferação fibrosa (REGEZI, 2008).
Relato do caso clínico
M.N.M, paciente do gênero feminino, sem
alterações sistêmicas, 23 anos,sem ocorrência de inflamação gengival, detectado
por meio de sondagem periodontal, compareceu ao Projeto de Extensão em Periodontia Clinica e
Cirúrgica da UFCG.Ao exame clínico, constatou-se hiperplasia
gengival superior. Também havia hiperplasia gengival inferior, mas a mesma já
tinha submetido à cirurgiapela mesma equipe do projeto. A paciente apresentou
histórico de tratamento ortodôntico (porém o mesmo deverá ser reiniciado por
indicação de seu ortodontista) e relatou ter sido submetida à cirurgia de
frenectomia labial há algum tempo. Após exames periodontais de rotina,
constatou-se profundidade de sondagem e mucosa ceratinizada adequados para a
indicação da técnica da gengivectomia e gengivoplastia.Este caso relata a
cirurgia na região superior.
Figura
01– Aspecto clínico inicial.
Após os exames iniciais,
indicou-se a remoção cirúrgica, gengivectomia em bisel externo dos elementos
11,12,13,14,21,22,23 e 24,logo após, gengivoplastia do elemento 14 ao 24, com o
objetivo de corrigir o contorno gengival de tais elementos.
Cuidados
pré-operatórios: antissepsia extra-oral com digluconato de clorexidina a 2% da
marca FGM e bochecho com solução de digluconato de
clorexidina 0,12% da marca Rioquímica, para antissepsia intra-oral. Após o preparo do campo operatório, foi feita anestesia local
infiltrativa por vestibular, na altura dos ápices dos elementos 12 e 22 e uma
nova anestesia nas papilasdo elemento 14 ao 24.
No exame periodontal
confirmou o excesso de gengiva livre devido ao aumenta de mucosa ceratinizada. Na anamnese foi constatado condição de
saúde geral favorável e a realização do exame periodontal
apresentouprofundidades de sondagem e mucosa ceratinizada suficientes para que
fosse possível a realização da cirurgia. Após a sondagem, foi feita a
marcação do ponto sangrantena face vestibular dos elementos e foi feita a
uniãodos pontos com o Kirkland (Figura 02). Para remoção do tecido gengival,
realizou-se a incisão embisel externocom uso de lâmina de bisturi número 15c,
associado ao uso de cureta Gracey 5/6 e o gengivótomo de orban para a a remoção
de tecido na região das papilas.
Figura
02- União dos pontos sangrantes
Após a remoção do tecido (Figura 03) foi feita a
gengivoplastia dos elementos (do 14 ao 24)com auxilio de lâmina de bisturi
número 15c e bisturi de Kirkland, onde buscou um contorno gengival fisiológico
(Figura 04).
Figura
03 - Após a remoção
do tecido gengival
Figura
04 - Após gengivoplastia.
A ferida cirúrgica foi protegida
com cimento cirúrgico sem eugenol, da marca Technew. O paciente foi orientado
quanto a higiene bucal no pós-operatório e a fazer bochechos de digluconato de
clorexidina a 0,12% durante 14 dias. Foi prescrito Paracetamol 750mg, com a
condição de só tomar em caso dor.
Foi
feito acompanhamento do caso com revisões após sete dias (Figura 05) e após 21
dias, sem relato de dor pós-operatória,
consequentemente, não houve necessidade de tomar o medicamento prescrito e
paciente se mostrando muito satisfeito com o resultado.
Figura
05 - Pós-operatório de 07 dias. Observação: este aspecto avermelhado na região
de gengiva marginal livre na região do elemento 11 é decorrente de um trauma
físico relatado pela paciente.
Concluindo que o diagnóstico de alterações
periodontais e dentais que interferem na estética é essencial para a
determinação de um plano de tratamento adequado para a obtenção da harmonia do
sorriso.
REFERÊNCIAS
CARRANZAJr., F.A.; NEWMAN M.G.; TAKEI H.H. Periodontia clínica, 9 o ed., Ed.
Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2004.
ROSETTIE.P.;
SAMPAIO L. M.; ZUZA E.P. CORREÇÃO
DE ASSIMETRIA DENTOGENGIVAL COM FINALIDADE ESTÉTICA: RELATO DE CASO. RGO,
Porto Alegre, v. 54, n.4, p. 384, out./dez. 2006
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