GENGIVECTOMIA EM BISEL INTERNO PARA CORREÇÃO DE SORRISO GENGIVAL

Orientador: Prof. Dr. João Nilton Lopes de Sousa
Alunos responsáveis pelo caso:
Gilberto Nonato de Abrantes Filho
Leokádia Monise Dantas de Queiroga
Nayara Kelly Gomes

        A estética é influenciada por fatores psico-sociais, culturais e econômicos. Desta forma, o plano de tratamento deve sempre se adequar à expectativa estética de cada paciente, mas também o profissional deve ter em mente que sorrisos equilibrados e em harmonia com as estrutura facial e dentofacial são considerados mais estéticos (TOUATI, 1998).
        O aumento de coroa clínica com finalidade estética em dentes anteriores está indicado quando estes são curtos ou tem grande exposição excessiva gengiva e quando há irregularidade do contorno gengival (SUZUKI et al, 2008).
        O principal objetivo desta cirurgia é estabelecer uma relação adequada na posição da margem gengival com o lábio e aumentar a coroa dos dentes, proporcionando harmonia estética entre altura e largura das coras clínicas dos dentes (SUZUKI et al, 2008; FRANCISCHON, 2005).As principais etiologias envolvem, hiperplasia gengival medicamentosa, periodontite ou gengivite crônica, erupção passiva alterada ou postergada, coroas clínicas curtas, dentes com formas normais que apresentem crescimento ósseo aumentado gerando diastemas, excesso vertical da maxila, ou um lábio superior muito curto (FRANCISCHON, 2005; LOURENÇO et al, 2005; LEVINE, MCGUIRE, 1997).
        M.L.L.S., uma paciente do sexo feminino, 22 anos, foi encaminhada ao Projeto de Extensão em Periodontia Clínica e Cirúrgica da UFCG para aumento de coroa clínica dos elementos anteriores para correção do seu sorriso gengival.
Após os exames iniciais, indicou-se gengivectomia em bisel interno na região de elementos anteriores superiores (do elemento 14 ao 24),  com posterior osteotomia em caninos (elementos 13 e 23), com o objetivo de manter o espaço biológico correto e estética da região.
        Cuidados pré- operatórios: antissepsia extra-oral com digluconato de clorexidina a 2% e bochecho com solução de digluconato de clorexidina 0,12%, para antissepsia intra-oral. Após o preparo do campo operatório, foi feita anestesia infiltrativa com Articaína 4%. (Figura 1)
         Em seguida, foi feita a sondagem periodontal e posterior marcação dos pontos sangrantes na face vestibular dos elementos:
·         14 – MV: 3mm V: 1mm DV: 3mm DP: 2mm P: 1mm MP: 2mm;
·         13 – MV: 2mm V: 1mm DV: 2mm DP: 2mm P: 1mm MP: 2mm;
·         12 – MV: 2mm V: 2mm DV: 2mm DP: 2mm P: 1mm MP: 2mm;
·         11 – MV: 2mm V: 2mm DV: 2mm DP: 2mm P: 1mm MP: 2mm;
·         21 – MV: 2mm V: 2mm DV: 2mm DP: 2mm P: 1mm MP: 2mm;
·         22 – MV: 2mm V: 2mm DV: 2mm DP: 2mm P: 1mm MP: 2mm;
·         23 – MV: 2mm V: 1mm DV: 2mm DP: 2mm P: 1mm MP: 2mm;
·         24 – MV: 3mm V: 1mm DV: 2mm DP: 2mm P: 2mm MP: 3mm.




FIGURA 1 – ANESTESIA INFILTRATIVA

Foi feita a união dos pontos sangrantes com gengivótomo de Kirkland (Figura 2). Para remoção do tecido gengival, realizou-se a incisão em bisel interno com uso de lâmina de bisturi número 15c e gengivótomo de Kirkland, incisão intra-sulcular e uso de cureta Gracey 7/8. (Figuras 3 e 4)


FIGURA 2 – UNIÃO DOS PONTOS SANGRANTES


FIGURA 3 – REMOÇÃO PARCIAL DE TECIDO GENGIVAL


FIGURA 4 – REMOÇÃO COMPLETA DE TECIDO GENGIVAL


Descolou um retalho total da região do elemento 14 ao 24, expondo a crista óssea (Figura 5). Em seguida, realizou osteotomia com cinzel e broca diamantada de alta rotação cilíndrica na região de caninos (elementos 13 e 23). (Figura 6)

FIGURA 5 – DESLOCAMENTO DE RETALHO


FIGURA 6 – OSTEOTOMIA COM CINZEL E BROCA DIAMANTADA

Após osteotomia e abundante irrigação com soro fisiológico, suturou o retalho com pontos simples interpapilares com fio de nylon. (Figura 7)

FIGURA 7 – SUTURA INTERPAPILAR

Foi utilizado laser de baixa intensidade com função analgésica e anti-inflamatória (Figura 8). A paciente foi orientada quanto a higiene bucal no pós-operatório e a fazer bochechos de digluconato de clorexidina a 0,12% durante 07 dias. Após 07 dias, o paciente retornou a clínica para remoção da sutura, apresentando uma boa cicatrização e mostrando-se bastante satisfeita com o resultado obtido com a cirurgia (Figura 9).

         
FIGURA 8 – APLICAÇÃO DE LASER DE BAIXA INTENSIDADE

        É visto que o correto diagnóstico e a adequada seleçãoda técnica cirúrgica para a correção do sorriso gengival sãode fundamental importância para o sucesso do tratamento, restabelecendo a estética e a autoestima do paciente. 


FIGURA 9 – RESULTADO FINAL


REFERÊNCIAS

01. Touati B. Defining form and position. Pract Periodonttics Aesthet Dent. 1998;10:800-7.
02. Suzuki PH, Vasconcelos AML, Segundo AS, Oliveira ACG, Neves ANP, Raslan SA. Valorizando o sorriso gengival: Relato de caso clínico. Revista Inpeo de Odontologia. 2008;2(2):41-56.
03. Francischone AC. Prevalência das proporções áurea e estética dos dentes ântero-superiores e respectivos segmentos dentários relacionadas com a largura do sorriso em indivíduos com oclusão
normal [Dissertação de Mestrado]. Bauru: Faculdade de Odontologia da USP; 2005.
04. Lourenço AHT, Lourenço Júnior ET, Vitral RWF. Cirurgia plástica periodontal: uma abordagem para Ortodontia. Rev Dental Press Periodontia Implantol 2007;1(2):44-58.
05. Levine RA, McGuire M: The diagnosis and treatment of the gummy smile. Compend Contin Educ Dent. 1997;18: 757-64.

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